6 de jan. de 2010

do adeus

Eu ando me sentindo livre. E é uma liberdade tão boa de poder olhar os retratos velhos dos meus pais sobre a cômoda do quarto, de acordar tarde nos dias da semana, de pintar uns desenhos sem sentido nenhum e não precisar dar satisfação a ninguém sobre o que aquele exato rabisco ali quer dizer. Essa liberdade me fazia tanta mas tanta falta um tempo atrás que não sei nem explicar, que não cabe em palavras, em gestos, em olhares, não cabe em uma caixa bonita toda enfeitada com laços de fita. Acho que só cabe no que eu sinto agora, nessa lágrima que está deslizando quente pelo meu rosto nesse exato momento. É a lágrima mais liberta que eu já deixei pingar. Adeus.

3 comentários:

coiote disse...

há que se estar livre para criar. para tudo, de fato; toda ação reprimida, condicionada, é incompleta em sua intenção verdadeira.

gostei muito do texto. lerei todos os posts - sou um tanto viciado em blogs literatos de qualidade.

Thai disse...

Realmente, estar livre é condição necessária para produzir (seja o que for, -num âmbito amplo, que permeia a vida no geral). E só dessa forma, muitas vezes, que podemos nos doar -o que também, a mim, parece estritamente essencial.

Os últimos posts não são muito interessantes. Ando, como te disse, pouco criativa para escrever.

Fischer disse...

Isso me lembra que não consigo produzir nenhum texto criativo... só o que sei é achar o delta dado o épsilon.