1 de ago. de 2010

como se vê

Nunca soube desenhar. Quando era pequena tentava. Rabiscava coisas bobas, copiava quadros infantis, usava pincéis e muitos lápis na tentativa nula de conseguir um resultado aparentemente satisfatório. De conseguir algo que se parecesse, nem que de longe, com uma imagem fácil de distinguir e chamar de "isto". Nunca teve êxito. Hoje, menos ainda. De tempos em tempos luta consigo mesma e pega uma caneta, responde à consciência pesada que não a deixa quieta e diz: "tudo bem, tentarei novamente". Fracassa. Dos seus traços tortos só saem borboletas marcadas, gatinhos feitos de bolinhas ovais e qualquer coisa de abstrata. Mas sorri, meio amarga. E esconde os desenhos numa pasta onde ninguém nunca os poderá ver.

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