Minha mãe me ligou e notou a voz embaçada. Perguntou, como sempre: "chorando, Thaiani?" E eu menti, como sempre: "não, mãe, só uma gripe que acordou comigo hoje." Ela perguntou sobre a minha vida, sobre a vida de outros, sobre a minha vida junto com a vida de outros. Eu sempre digo que "vai tudo bem, mãe. Vai tudo bem". Ela sabe que aquela gripe indica o contrário, ela não se deixa enganar. Mas não insiste. Eu também não insisto. Então ela me conta que anda cansada, trabalho demais, vida demenos. Ela diz que queria mais amor. Eu digo pra ela não se iludir, que nunca há o suficiente. Ela ri. Nos despedimos. Ao desligar o telefone eu deito na cama e choro (mais). Por mim, por você e, antes de qualquer coisa, por nós.
You and I
We might be strangers
How ever close we get sometimes
(wilco)
2 comentários:
Bah, Thai...eu não deveria dizer nada, mas se o sofrimento nos conduz a algo, só desejo que tenhas olhos bem aberto para aprender com estes tempos difíceis.
abração!
Não deveria dizer nada? Ué, por quê?
E meus olhos estão sempre abertos o bastante.
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