19 de out. de 2011

psicografado por Charles Bukowski

Eram nove da noite, eu tinha discutido com ele -como sempre. Daí eu te liguei. Eu sempre te ligava quando não tinha outras pessoas pra falar. Disse rápido pra tu te arrumar que nessa noite a gente ia sair. E eu não aceitava nenhuma desculpa, as quais tu sempre arranjava. Tu tinhas medo do que poderia vir. Fomos naquele bar que eu sempre detestei muito e tu mais ainda. No fundo a gente também se detestava, mas havia um acordo de paz mútua, de ligar quando precisava e de noites passadas que voltamos juntos pra casa quando um precisava lançar mão pra carregar o outro. Quando a gente entrou tu sacou que eu já havia bebido muito, mas não disse nada. Pelo contrário, me trouxe mais bebida. Nada mais importava naquela noite, então eu bebi mais e tu tanto quanto. A gente se detestava, por isso eu podia passar a mão no teu cabelo sempre que a gente se via. Tu sempre aceitava e eu sei que ficava com o pau duro. Era natural. Desde a primeira vez que nos vimos depois que tu virou homem e eu passei a beber nas festas: era assim. Eu te provocava, tu sentia tesão e a noite era sempre igual: eu voltava pro meu namoradinho e tu pra tua casa. Mas naquela noite ia ser diferente. Tu sabia. Quando completou três horas que estávamos lá, bêbados e completamente fatigados daquela gente falando alto, tu me pegou a mão e fomos respirar o ar da rua. Caminhando até a minha casa eu só pensava "tu vai me comer hoje". Tu não te fez de rogado. Numa rua escura e deserta me colou no muro, me virou de costas, abaixou minha meia e, por baixo da saia, enfiou teu pau fundo, duro há horas. Eu não gritei e tu não precisou tapar minha boca. Tu gozou rápido, mas meteu de novo. Duro. Foi então que eu gozei, duas vezes. Na segunda gozamos juntos. Mordeu meu pescoço, me virou e beijou minha boca. Arrumei minha meia calça, eu não tinha nada pra te dizer. Nunca tive. Eu te detestava. Tu o mesmo. Entrei em casa com o coração disparado. Amanhã seria um lindo domingo de sol.

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