Uma mulher esfregava a janela. E fazia aquilo com um ardor calmo, de bermuda curta e chinelos nos pés. Eu quase senti um cheiro de praia, tamanho o desejo de me libertar daqueles bancos apertados, daquelas pessoas espremidas e de suores escorrendo. Era fascinante a simplicidade com que o pano escorria de suas mãos e alcançava a superfície atritosa da janela. Eu era ilusão, e só me restava repousar a cabeça no banco e sonhar com a possibilidade ainda distante de uma maresia com seus pés no chão.
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