20 de abr. de 2009

o que você quiser.

"Ela é assim mesmo. Deixa.", foi o que eu ouvi de fundo deitada naquele banco podre dum ônibus vagabundo. E nem machucou mais. Nada mais machucaria. Não naquele dia. Não naquela hora, naquela vida, naquela relação complicada de sair, chegar, voltar, deixar, fingir. A merda toda tinha começado com uma brincadeira gostosa de achar que poderia ir reto e depois parar quando quisesse. Mas isso era ilusão de principiante sem maturidade. Porque a vida não é assim não, companheiro; Tudo tem uma conseqüência, inclusive as brincadeiras gostosas. E aquelas músicas tocando, aquela bebida aguada e forte rolando, as vozes, a risada nada macia muito reconhecível que se destacava no meio todo... Ah, com os cabelos loiros colados no rosto molhado virou para o lado e resolveu dormir, não sem antes pensar como queria de novo ouvir um "eu gosto tanto de ter você fazendo isso aqui"

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