As minhas mãos procuravam afogar-se nos teus cabelos que não existem, esses cabelos porosos de caspas que também não existem de odor de um cigarro caro sem filto que já foi fumado por todos e oferecido a cada um como uma recompensa de todas as incertezas que guardamos sagradas numa caixa enfeitada com laço de fita. Remexo os meus dedos e sinto a purpurina do passado nem mais nem menos glorioso, mas com certeza seguro de si, porque já foi e tua cabeça imperfeita e teus cabelos sujos e sedosos são a condição daquilo que sempre consome (-se): o tempo.
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