22 de ago. de 2009
Duro.
Ele podia ser má-influência, nojento e um emaranhado de coisas ruins e nefastas. Na verdade, ele era isso mesmo. Talvez ele fosse um pouco mais. Ele era imundo, um porco, e ela gritava isso quando podia: "seu porco, porco! Seu idiota sem escrúpulos. Você não merece todo esse amor aqui dentro não, não. Não merece." Ele não ria, ficava sério e sentia pena. Não dela, mas da situação. E tristeza. Porque ele era mesmo um porco imundo, sem escrúpulos, sem amor, sem perspectiva, que só sabia caminhar todo dia até o emprego naquele lugar igual, com as pessoas iguais e levantar cedo, tomar o café preto e nos finais de semana beber no bar e beber e beber e acordar bêbado e vomitar mais bêbado e vomitando ia vivendo e acordando igual e vivendo e vomitando e as pessoas iguais e sendo imundo e amado por ela que, coitada, ele não amava e não amava ninguém e tinha o café preto e ele bebia e levantava cedo e as pessoas eram iguais e o vômito endurecia e endurecia sempre.
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