22 de jan. de 2009
espamos
Um jato no céu. Barulho. Era uma tarde quente e sufocante de verão. Estivera esperando uma ligação, que a princípio não viera -o que le causara grande decepção. Resolveu então fazer uma leitura rápida daquele texto difícil de entender que a deixara quebrando a cabeça por dias, e depois saiu. Na rua seu chapéu -era a única na cidade pequena a usá-los; gostava da sensação de proteção na cabeça, mas abominava os bonés modernos com desenhos abundantemente estilizados- teimava em fugir com o vento, que havia se tornado forte há alguns minutos -alegria. Sem se dar conta seus pés a levaram até a igreja, onde entrou e sentiu aquela paz que só os lugares vazios e frescos proporcionam. Num banco sentou e cantou uma canção baixinho, com os lábios semi-abertos: "panis angelicus, fit panis hominum...". A religião era um estorvo à vida, mas as canções latinas eram bonitas. Não tinha muito o que fazer da vida, mas estava alegre. Tinha tomado decisões importantes nos últimos dias -e aquela ligação que não aconteceu! ah, como ela desejava...-, o que a deixava leve, quase renovada. Então pensou: "Chegou a minha vez". De alguma forma ela sabia que ia brilhar.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
ah, essa sensação de estar prestes e brilhar é maravilhosa. E você retratrou muito bem.
beijos!
Sim, isso acontece principalmente quando se está leve (com tudo). Se sente solto e as coisas fluem com maior naturalidade. Talvez seja apenas a tal da felicidade...
Postar um comentário