17 de mai. de 2009
Muda.
Frio, sede de vinho, madrugada. Se despediu daqueles que eram sua mágica chávena social e seguiu com passos rápidos -mas arrastados- pela rua recheada de árvores cor de musgo nas beiradas. Contou até onze e virou o rosto para trás. Ninguém. Esperava ver um moleque mal vestido e bêbado de nada a seguindo. Mas estava tudo vazio e quieto como lua sem estrelas ao seu redor. Foi subindo a ladeira e pensando. Pensou no que não tinha, em que não era, no que não conseguia. Mas pensou tanto que começou a doer e que sozinha ali aquele pensamento todo começou a sangrar e e se transformou em sentir. Então sentou numa calçada gelada de lajotas amarelas e sentiu. Sentiu tudo olhando as luzes mistas da cidade iluminada a brilhar. De dentro dela saiu um suspiro e uma vontade imensa de chorar. Chorou. Depois levantou, enxugou o rosto salpicado de lágrimas e caminhou apressada para o lugar de onde não devia ter saído naquela noite. Era cabisbaixa e feia, mas era de um apanhado de sensações que ninguém podia imaginar: sua vida.
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