7 de mai. de 2009
não se pede.
Mas estava lá atirada molhada suja cheirando a passados mal resolvidos com uma era de nonsense e ainda assim sentia. Era forte, intenso e corroia por dentro, fazia queimar -mas de leve, que era pra durar um pouco mais e machucar devagar. E se oferecessem ajuda ela só saberia dizer que "me deixa sofrer, me deixa. Porque se isso acabar é capaz dele morrer também e se ele morrer, poxa, se ele morrer, como é que vou suportar? como vou fazer pra viver sem alguém pra chorar quando ouço as músicas tristes do Rice, quando leio as palavras do Caio ou quando caminho naquela rua tão nossa? Não, não, preciso sofrer; meu sofrimento é a única esperança que resguarda, que salva." E nisso viraria de lado com as mãos sobre o rosto, despedaçada do seu querer, sabendo que, é, amor não se pede.
"Às vezes digo coisas ácidas e de alguma forma quero te fazer compreender que não é assim, que tenho um medo cada vez maior do que vou sentindo em todos esses meses, e não se soluciona, mas volto e volto sempre, então me invades outra vez com o mesmo jogo e embora supondo conhecer as regras, me deixo tomar inteiro por tuas estranhas liturgias, a compactuar com teus medos que não decifro, a aceitá-los como um cão faminto aceita um osso descarnado, essas migalhas que me vais jogando entre as palavras e os pratos vazios (…) Tornarei sempre a voltar porque preciso desse osso, dos farelos que me têm alimentado ao longo deste tempo, e choro sempre quando os dias terminam porque sei que não nos procuraremos pelas noites, quando o meu perigo aumenta." Caio F.
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